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Medo de cair

By admin | 7 de abril de 2016 | 0 Comment

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O que é “medo de cair”?

É possível encontrar na literatura diversas definições para o termo “medo de cair”. Internacionalmente, relaciona-se com a diminuição da autoeficácia em lidar com situações cotidianas sem cair.  A autoeficácia refere-se a condições físicas, motivação e confiança. Idosos que evitam situações desafiadoras deixam de desenvolver estratégias de superação de limitações, base da construção do medo.

A avaliação do medo de cair é fundamental uma vez que desenvolvido este sintoma ele tende a persistir, havendo novos episódios de queda ou não. Em algumas situações o medo pode ser protetivo, fazendo com que o idoso evite situações de risco, mas devemos ficar atentos ao medo exagerado que leva a diminuição da qualidade de vida e situações de isolamento social.

O medo da queda é multidimensional e algumas pessoas relatam mais medo de cair do que outras, por exemplo, aquelas que não praticam atividade física, as que apresentam déficit visual, alterações no equilíbrio, as que possuem dor crônica, artrose, as do gênero feminino e as que já passaram dos 80 anos.

A causa do medo de cair é multifatorial e está relacionado à interligação de vários fatores como alterações da mobilidade, declínio da funcionalidade, quadro intenso de dor, problemas no equilíbrio, aumento da fragilidade, depressão, fatores ambientais, baixa qualidade de vida e institucionalização. O histórico de queda também contribui para o desenvolvimento do medo de cair, principalmente se este histórico está associado a problemas no equilíbrio. Um idoso com déficit de equilíbrio evita atividades que exigem maiores demandas funcionais, entre elas, atividades externas, ao ar livre, ou eventos sociais com inúmeros distratores.

 

Tratamento

O medo de cair pode ser  tão comum e tão incapacitante como uma queda, portanto, ele deve ser prevenido. Nos casos mais graves, o medo leva ao isolamento social, ansiedade, depressão, prejuízos na marcha e no equilíbrio acarretando novas quedas. O profissional da saúde pode utilizar ferramentas que avaliam a intensidade do medo auxiliando no planejamento do tratamento e avaliando sua eficácia.

No Brasil, os avaliadores utilizam a Falls Efficacy Scale International (FES-I –BR) que foi traduzida para o português. Na avaliação do medo de cair, questões físicas e psicossociais precisam ser consideradas. O tratamento deve ser acompanhado por equipe multiprofissional para um olhar mais integral do sintoma e resultados mais efetivos.

Já existem muitos programas de prevenção de quedas, mas são raros aqueles que consideram o fator “medo de cair” como parte da atenção ao idoso. Os profissionais de saúde que trabalham com esta população devem ser sensibilizados a buscar, além de fatores físicos e ambientais, sintomas emocionais relacionados à queda. O apoio social e familiar, a acessibilidade e a mudança de comportamento por parte do idoso são fundamentais para o tratamento bem sucedido.

A família deve ficar atenta para não reforçar o medo da queda. É comum que familiares, na tentativa de proteger o idoso, acabem contribuindo para a fobia, restringindo o idoso de atividades que ele costumava praticar, o lembrando sempre da possibilidade de novas quedas e interferindo na sua autonomia. É preciso que os riscos sejam diminuídos para que novas quedas sejam evitadas, mas deve se ter cuidado, também, em não restringir a pessoa idosa de sua vida social, impactando na qualidade de vida.