Recanto Morada Feliz

Cães e outros bichos-terapeutas

By admin | 11 de abril de 2016 | 0 Comment

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Nem só de cavalos é feita a terapia com animais. Outros seres de quatro patas (e até os duas asas) são usados para ajudar o ser humano a cuidar de sua saúde e a lidar com suas limitações.

O denominador comum a todas as terapias com bichos é a facilidade de estabelecer vínculos com os animais e o conforto emocional que eles trazem, segundo o fisioterapeuta Vinícius Ribeiro, diretor da ONG TAC (Terapia Assistida por Cães).

Manoelina Santa Lúcia, 81, como a Boston-Terrier Madá, durante sessão de terapia com animais na associação Recanto da Vovó, em Cotia (SP)

As características de cada espécie são usadas para criar diferentes estratégias de tratamento. Por exemplo, aves, como o papagaio, são boas em terapias com autistas.
“A criança faz um ruído e a ave imita. É um retorno sensorial muito grande”, diz a psicopedagoga Liana Santos.

Tartarugas entram em jogos de tabuleiro para ajudar casos de agitação excessiva e de ansiedade -e haja paciência para esperar o bicho percorrer as casas até chegar ao ponto estabelecido.

Coelhos anões são usados para desenvolver a coordenação motora: segurar aquela bolinha de pelos macia e que não para de se mexer é um ótimo exercício.

As grandes estrelas, no entanto, são os cães. Além da empatia fácil, o hábito cultural de tratar o cachorro “como gente” faz dele um mediador de conflitos.

“O animal é um catalisador de emoções, a pessoa expressa seus sentimentos por meio dele: diz que quem está triste, cansado, chateado é o cachorro”, exemplifica Ribeiro.

Os cães também podem ser adestrados para objetivos terapêuticos específicos -de fazer fisioterapia com o paciente a reconhecer quando a pessoa precisa de afeto.

Em alguns países, há cachorros sendo treinados para serem cuidadores de idosos com Alzheimer. “Eles evitam, por exemplo, que a pessoa saia sozinha e se perca”, conta Ribeiro.

A presença de um cão também provoca a liberação de hormônios ligados a sensações prazerosas.

“Estudos com autistas mostram que o convívio com o cachorro aumenta a liberação de oxitocina, hormônio ligado ao afeto e à interação social”, diz o fisioterapeuta.

Nesse clima, até uma cansativa sessão de fisioterapia parece ser feita sem esforço. “Que criatura. A gente vê nos olhos dela que está gostando”, diz Manuelina de Moraes Santa Lúcia, 81, beijando sua “treinadora”, a pug Filó, 3, depois de passar quase uma hora fazendo exercícios com os cães da TAC.
Fonte: Folha